Computadores, celulares e uma infraestrutura completamente conectada a uma rede, que acaba caindo nas mãos erradas e fica à mercê de hackers habilidosos que podem nem sempre estarem com boas intenções. É o enredo de Watch Dogs, poderia estar em um filme de James Bond e, para a Ubisoft, está mais perto da realidade do que a gente pode imaginar.
Foi justamente para garantir esse tipo de autenticidade que a Ubisoft buscou a ajuda de profissionais de segurança da informação na hora de compor o roteiro do game. E a escolhida foi a Kaspersky Lab, empresa especializada na detecção de ameaças virtuais e fabricante de um dos principais antivírus do mercado.
A equipe de especialistas foi consultada no final de 2013, quando o jogo ainda estava em seus estágios intermediários de desenvolvimento mas já com o roteiro perto de sua conclusão. A coincidência foi grande já que, na época, a Kaspersky havia acabado de publicar um relatório sobre o Red October, um conjunto de ferramentas de espionagem que funcionava, justamente, se instalando em redes de computadores para obtenção de dados por meio de computadores, smartphones, webcams e até mesmo microfones de notebooks.
Foi logo após esse trabalho que um time de experts no assunto revisou todo o roteiro, indicando o que poderia ser alterado para que não apenas o enredo, mas também a jogabilidade se tornasse mais realista e verossímil. Mas, de acordo com Vitaly Kamluk, que liderou a equipe responsável pelo trabalho, a tarefa foi bem simples pois a Ubisoft, desde o início, já havia criado uma obra bastante precisa.
Segundo ele, os dois grandes trunfos da história de Watch Dogs são a maneira como a empresa faz uma previsão sobre o futuro próximo das cidades e como uma invasão em um sistema completamente conectado pode causar problemas. Nas mãos erradas, uma tecnologia como a CtOS, por exemplo, é capaz de originar um verdadeiro caos e até mesmo provocar mortes. Exatamente o que é causado pelo protagonista de Watch Dogs em diversos momentos do game.
Ao mesmo tempo, há todo um cuidado da empresa em não ser alarmista e, na mesma medida, não transformar Watch Dogs em um “curso para hackers”, muito pelo contrário, apesar de muitas das ações realizadas pelo protagonista serem semelhantes a ataques reais, a ideia é justamente mostrar o efeito disso sobre a população e não incentivar outros a adotarem as mesmas práticas.
Watch Dogs chegou ao mercado na última terça-feira (27) para PS4, Xbox One, PC, Xbox 360 e PlayStation 3. Uma versão Wii U ainda estaria nos planos da Ubisoft.
