Jade Raymond, a diretora da Ubisoft Toronto, é mais uma no crescente grupo de jogadores que passam mais tempo com games nos celulares e tablets do que nos consoles. Para ela, são os desenvolvedores mobile que representam a vanguarda da indústria e, mais do que isso, sabem se adaptar mais facilmente às mudanças no cotidiano de seus usuários. As informações são do Pocket Gamer.
Mesmo reconhecendo a importância cada vez maior desse segmento e sendo ela própria uma consumidora voraz, Raymond reconhece que muitas das dinâmicas aplicadas aos títulos têm mais de “40 anos” de idade. O apelo por gráficos retros e uma jogabilidade clássica, muitas vezes, é confundida com inovação quando, na verdade, representa apenas uma reciclagem.
A executiva também critica o uso acerbado de microtransações e apostas com dinheiro de verdade, que muitas vezes acabam tomando prioridade no lugar de mecânicas interessantes para o gameplay, bons gráficos ou uma história interessante. Levando em conta a integração cada vez maior dos jogos mobile no cotidiano das pessoas, essa busca incansável por dólares pode acabar se tornando um problema.
Ainda assim, Raymond vê o movimento como positivo e até cunhou um termo para designá-lo: “ambient gaming”. Para ela, essa é a ideia de que jogos estão cada vez mais ligados ao dia-a-dia das pessoas e, aos poucos, podem começar a transformar também o mundo real em entretenimento. É daí que vem a ideia de ARGs e outros jogos de realidade aumentada, conceitos que cada vez mais devem dar as caras no mundo mobile, que já começa a se distanciar da emulação de experiências que temos em títulos convencionais.