Pode parecer estranho pensar que, em uma E3 cheia de grandes lançamentos e que deveria representar a vanguarda do mundo dos games, um dos primeiros grandes anúncios foi um olhar ao passado. Em sua conferência, uma das primeiras a acontecerem, a Microsoft anunciou que o Xbox One vai ganhar uma retrocompatibilidade digital com seu antecessor, permitindo que os jogadores baixem, se estiverem disponíveis, títulos da biblioteca do Xbox 360 para seu console de nova geração.
A empolgação dos fãs também foi estranha, levando-se em conta que, mais uma vez, estamos falando da “E3 do impossível”, aquela em que grandes sonhos dos gamers se tornaram realidade. É claro, na ocasião, não sabíamos o que estava prestes a acontecer, e em meio a uma conferência que teve mais rumores confirmados do que novidades, a retrocompatibilidade veio com uma grata surpresa.
Isso, também, foi basicamente o único destaque da velha geração durante toda a feira. Se em novembro do ano passado falamos que os receosos com a nova geração poderiam esperar mais um pouco, a E3 2015 marcou o momento de transição. Agora é a hora, amigo: ou você tem um console de nova geração – ou um PC turbinado -, ou bem em breve, vai ficar sem ter o que jogar.
Atravancando o progresso
Durante os três dias de feira (cinco se você contar os dois dias em que rolaram apenas conferências), foram algumas centenas de jogos exibidos. E desse total, menos de 20 títulos de destaque estarão presentes também no PlayStation 3 e Xbox 360. E todos, sem exceção, estarão também na nova geração.
Isso, por um lado, é algo bom, pois dá uma sobrevida para os jogadores que ainda estão nos velhos consoles com títulos grandes. Por outro lado, estes mesmos usuários acabam vítimas de uma das maiores pragas dessa transição: os ports capados, que prejudicam não apenas a eles, mas também a toda a indústria.
É complicado. As desenvolvedoras e distribuidoras, claro, querem permanecer atuais. Com a nova geração completando dois anos de vida neste mês de novembro e a base instalada aumentando cada vez mais, não dá para deixar de desenvolver para ela. Ao mesmo tempo, os milhões de jogadores que ainda estão no PS3 e Xbox 360 não devem ser desprezados – não porque são uns queridos, mas porque ainda geram muito dinheiro.
Duas situações acabam existindo em consequência disso. Na melhor das hipóteses, temos ports bem feitos, que realmente levam a alma dos novos títulos para a nova geração, por mais que tenham seus problemas gráficos. Ao mesmo tempo, porém, essa mesma ideia impede que as empresas aproveitem de todo o potencial visual e tecnológico dos novos consoles, pois isso resultaria em um título impossível de se adaptar.
Por outro lado, temos a situação contrária – as desenvolvedoras embarcam com tudo no Xbox One e PlayStation 4, e transferem os deveres de criar um port para uma produtora menor. Ela precisa, basicamente, “se virar” para fazer com que tudo caiba, o que, muitas vezes, acaba resultando em um produto de qualidade bem inferior. Veja o que aconteceu com Middle-Earth: Shadow of Mordor, por exemplo. Mortal Kombat X, lançado em maio, ainda não viu a luz do dia no PS3 e Xbox 360, e muitos fãs já duvidam de que isso vai realmente acontecer.
Enquanto isso, quem já está na nova geração se diverte com os principais nomes do mercado atual. The Witcher 3: Wild Hunt, Batman: Arkham Knight e Bloodborne são apenas alguns dos nomes da história recente, enquanto tantos outros que ainda estão por vir, como Star Wars Battlefront, Fallout 4 e Assassin’s Creed Syndicate, já podem ser visualizados no horizonte.
O que você poderá jogar?
De todas as empresas do mercado, Activision, Electronic Arts e Warner Bros. são as que se mostram mais amigas dos gamers que ainda estão na sétima geração de consoles. Alguns de seus grandes blockbusters ainda chegarão ao PS3 e Xbox 360 neste ano, mas o futuro já começa a ser nebuloso, e esse tipo de mecânica pode não se repetir em 2016.
Aqui, você confere uma lista de títulos que estiveram na E3 2015 e que poderão ser jogados em seus consoles velhos de guerra. Use-a como referência e também como argumento para convencer a si mesmo, seus pais ou quem mais seja necessário de que é hora de seguir em frente e parar de viver no passado.
- Call of Duty: Black Ops III – Activision (PS3, Xbox 360)
- Metal Gear Solid V: The Phantom Pain – Konami (PS3, Xbox 360)
- FIFA 16 – Electronic Arts (PS3, Xbox 360)
- Guitar Hero Live – Activision (PS3, Xbox 360)
- Just Dance 2016 – Ubisoft (PS3, Xbox 360)
- Disney Infinity 3.0 – Disney (PS3, Xbox 360)
- Resident Evil Zero HD Remaster – Capcom (PS3, Xbox 360)
- Rise of the Tomb Raider – Square Enix (Xbox 360)
- The Walking Dead: Michonne – Telltale Games (PS3, Xbox 360)
- Skylanders: SuperChargers – Activision (PS3, Xbox 360)
- Tony Hawk’s Pro Skater 5 – Activision (PS3, Xbox 360)
- Persona 5 – Atlus (PS3)
- Os Cavaleiros do Zodíaco: Alma dos Soldados – Bandai Namco (PS3)
- LEGO Dimensions – Warner Bros. (PS3, Xbox 360)
- Adventure Time: Jake & Finn Investigations – Cartoon Network Interactive (PS3, Xbox 360)
- Madden NFL 16 – Electronic Arts (PS3, Xbox 360)
- NHL 16 – Electronic Arts (PS3, Xbox 360)
- Nuclear Throne – Vlambeer (PS3)
- Destiny: The Taken King DLC – Activision (PS3, Xbox 360)
- Guns Up! – Sony (PS3)
- Kung Fu Panda: Showdown of Legendary Legends – Little Orbit (PS3, Xbox 360)
- Monster High: New Ghoul in School (Xbox 360)
- Barbie and Her Sisters Puppy Rescue – Little Orbit (PS3, Xbox 360)
PS.: De todos os games da lista, apenas os dois últimos estarão exclusivamente nos consoles de mesa da velha geração.